sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Verdade interior

Esta semana refleti muito sobre a verdade de cada um. O que exatamente nos define como seres únicos?
O que pode mudar em nós ao longo de nossas vidas e o que permanece como a verdadeira essência de alguém?
Será que o que muda ao longo dos anos é a nossa essência, ou nos permitimos revelar a nossa essência ao longo da vida, á medida que nos desvencilhamos de condicionamentos, falsas crenças e ilusões juvenis?
Eu acredito mais na última hipótese...mas ainda posso mudar de opinião.

Autenticidade é ter coragem de ser aquilo que se é.
Feliz daquele que se permite ser verdadeiro, sob qualquer circunstância.
Essa é a liberdade, muitas vezes tardia, mas sempre desejada.

Posto aqui um texto anônimo, extraído do livro “Autossabotagem”, de Bernardo Stamateas, que reflete isso de uma forma metafórica:


“Era uma vez, no país das Pedras, uma pequena pedra que estava empenhada em ser uma pedra preciosa para ser importante e admirada por todas as outras. Por isso tinha em sua casa uma impressionante coleção de fantasias. Tinha de esmeralda, de rubi, de safira, de diamante, de prata e de ouro. Eram reproduções quase exatas. Quando as vestia, pareciam realmente verdadeiras.
E a isso havia que acrescentar quão bem a pequena pedra interpretava seu papel. Quando estava disfarçada de esmeralda, falava como as esmeraldas, caminhava como as esmeraldas, comportava-se como as esmeraldas. Não havia detalhe que lhe escapasse e que a pudesse delatar.
Mas tinha que ter cuidado com uma coisa: não podia receber diretamente a luz do sol, porque então descobririam que não era transparente como as verdadeiras esmeraldas. O mesmo acontecia com as fantasias de rubi, de safira e de diamante. De modo que só as vestia á noite ou ao entardecer. Durante o dia, disfarçava-se de ouro ou de prata. Mas, com essas fantasias, havia o perigo contrário: quando não batia a luz do sol, deixavam de parecer ouro ou prata verdadeiros. Porém, a pequena pedra mantinha tudo muito bem controlado.
E assim foi passando sua vida. Ninguém se deu conta da trapaça. Os que a conheciam como esmeralda tinham por ela uma grande admiração e apreço. E o mesmo ocorria com os que a conheciam como diamante, como ouro, como safira, como rubi ou como prata.
Mas um dia, estando a pedra tomando sol fantasiada de ouro, um homem que passava por ali ficou deslumbrado com seu brilho e a pegou. Ao ver que era ouro, deu um pulo de alegria e foi correndo consultar um joalheiro para que lhe dissesse qual era o seu valor. Mas, quando o joalheiro a examinou, viu que era uma simples pedra coberta por uma capa dourada. Então, o homem, desiludido, jogou-a pela janela.
Ao cair no chão, a pedra quebrou-se em mil pedaços e, surpreendentemente, viu-se que seu interior estava ocupado por um diamante de grande qualidade e de um valor incalculável. Um diamante que nunca pudera sair á luz porque a pequena pedra havia se empenhado durante toda a vida em imitar outras para ser valiosa e importante
.”

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