segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Uma criança, com uma velha alma.


Me sinto em um momento de recomeço.

Compreendo que as coisas da vida têm o significado que eu atribuí a elas.

E as pessoas também...

Antes eu compreendia isso racionalmente, e agora SEI com toda a profundidade do meu ser.

Como se, em minha experiência no exercício da dor e na constatação (inevitável) a quem vive nesse mundo, a respeito da impermanência de coisas e pessoas em minha vida, eu decidisse apenas OBSERVAR.

Observar a tudo de um local sagrado, um local de paz interior, uma perspectiva mais elevada.

E, nesse lugar, sinto minha alma mais sábia, mais expandida, mais...velha.

E também sinto em meu ser uma criança curiosa, que a tudo é capaz de experimentar, em plena liberdade e ausência de julgamento.

Uma criança que, apesar de tocada pela tristeza e experimentando a queda após sucessivas tentativas de caminhar, não tem medo de se levantar e seguir adiante.

Que observa e respeita o caminho trilhado por seus mestres, mas sabe que é plenamente capaz de trilhar seu próprio caminho.

Que ama a vida em todos os seus contrastes.


INOCÊNCIA - OSHO

" O velho homem irradia no mundo uma satisfação de criança. Há uma atmosfera de graça á sua volta, indicando que ele está bem consigo mesmo, e com o que a vida lhe proporcionou.

Parece que ele está conversando alegremente com o louva-a-Deus em seu dedo, como se os dois fossem os maiores amigos. As flores cor-de-rosa que cascateiam em torno dele representam um tempo de deixar acontecer, de relaxamento, de doçura. Elas são uma resposta á sua presença, um reflexo de sua própria natureza.

A inocência que advém de uma profunda experiência de vida é semelhante á de uma criança, sem ser infantil. A inocência das crianças é bela, mas ignorante. Ela será substituída por desconfiança á medida que a criança for crescendo e aprendendo que o mundo pode ser um lugar perigoso e ameaçador.

A inocência, porém, de uma vida plenamente vivida tem um quê da sabedoria e da aceitação da vida em eterna mudança"

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Sabedoria


"Que eu não ore para ser protegido dos perigos, mas para ser destemido quando os enfrentar.

Que eu não implore pelo calar da dor, mas para que o coração a domine.

Que eu não olhe para os aliados no campo de batalha, mas para a minha própria força.

Que eu não deseje com ansiedade temerosa ser salvo, mas espere com paciência para conquistar minha liberdade."


Buda



segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Coragem



"A semente não pode saber o que lhe vai acontecer, a semente jamais conheceu a flor. E a semente não pode nem mesmo acreditar que traga em si a potencialidade para transformar-se em uma bela flor. Longa é a jornada. E sempre será mais seguro não entrar nela, porque o percurso é desconhecido, e nada é garantido... mil e uma são as incertezas da jornada, muitos são os imprevistos - e a semente sente-se em segurança, escondida no interior de um caroço resistente. Ainda assim ela arrisca, esforça-se; desfaz-se da carapaça dura que é a sua segurança, e começa a mover-se. A luta começa no mesmo momento: a batalha com o solo, com as pedras, com a rocha. A semente era muito resistente, mas a plantinha será muito, muito delicada, e os perigos serão muitos.
Não havia perigo para a semente, a semente poderia ter sobrevivido por milênios, mas para a plantinha os perigos são muitos. O brotinho lança-se, porém, ao desconhecido, em direção ao sol, em direção à fonte de luz, sem saber para onde, sem saber por quê. Enorme é a cruz a ser carregada, mas a semente está tomada por um sonho e segue em frente."




Osho

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Quando procuramos explicações...


" Tenha paciência com tudo o que permanece sem solução no seu coração. Tente amar as questões, como quartos trancados e como livros escritos em um idioma desconhecido. Não procure agora pelas respostas. Elas não lhe podem ser dadas agora, porque você não seria capaz de viver com elas. É uma questão de experimentar tudo. No presente, você precisa viver a dúvida. Talvez, gradualmente, sem sequer notar, você se descubra experimentando a resposta em algum dia distante."


Rainer Maria Rilke

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A pesca

Há momentos em que o barulho insano do mundo me entorpece.
Há momentos em que não sei mais o que é meu e o que sou eu,
Há momentos em que meu riso é desconforto, e minha dor, paz.
Há momentos em que a luz me parece cegar, e tudo o que peço é o escuro, o recolhimento, o voltar para casa.
Há momentos em que o "demais" parece pouco, e não me satisfaz a alma.
Há momentos em que só meu calar traduz meu sentir.


Dediquei o texto seguinte a um homem especial. Mas ele também é dedicado á aqueles que sabem apreciar o silêncio, e extrair dele a sua sabedoria.

A pesca


Um dia, andando por uma rua paralela á sua, notou algumas folhas douradas que caíam. Era outono, e nessa época do ano sempre se lembrava do seu avô, ele tinha sido um avô muito importante para ela. No outono, seu avô fazia aniversário, e esse era um evento familiar muito marcante para todos. Era um homem muito respeitado e a quem as pessoas gostavam de escutar. Mas com ela era uma relação diferente: ele gostava de escutá-la, e fazia isso com tal atenção que ela se sentia importante.
A família do avô era de pessoas nativas daquelas terras, desde antes que os primeiros colonizadores chegassem. “ Minha mãe, sua bisavó, se casou com um branco e eu e meus irmãos nascemos assim, meio a meio” – era assim que ele sempre começava a contar sua história para ela.
O avô gostava de muitas coisas. Gostava de ir fumar seu charuto na varanda, quando anoitecia e estava frio. Gostava de observar o movimento dos pássaros e das pessoas. Gostava de plantar e trabalhar a terra. Também gostava de dirigir uma caminhonete velha, a qual cuidava com carinho e zelo, apesar das implicâncias da avó. Era divertido para ela observá-los discutir acaloradamente sobre os mesmos assuntos sempre, porque ela sabia que eles não estavam zangados de verdade.
Mas havia uma coisa que o avô gostava mais do que todas as coisas; era a pesca. A pesca era algo importante para ele, assim como a igreja era algo importante para a avó. E ele ia ao seu lugar favorito de pesca, quando o tempo estava bom e as águas tranqüilas, e sempre voltava com um peixe para que a avó preparasse em casa.
Era sempre apenas um peixe: um peixe grande (pelo menos assim o parecia a ela, naquela época), bonito e de cores brilhantes, que seria um jantar especial para a família...
O avô geralmente ia pescar sozinho, por isso um dia ela estranhou quando a avó a acordou de manhã bem cedo: o avô iria pescar e gostaria que ela fosse junto. Aquilo realmente a fez sentir muito especial. Havia outros primos, garotos e maiores do que ela, que nunca tinham sido convidados a pescar. Mas ela havia sido convidada.
Foram os dois ao amanhecer, na velha caminhonete do avô. Apesar de a caminhonete fazer um pouco de barulho, por dentro era bastante confortável, e ela se sentia feliz por ver o sol nascer de um lugar bem alto. O avô dirigia tranqüilo, e era como sempre: nada poderia desviá-lo do caminho.

Em um ponto da viagem, ele perguntou se ela trouxera seu chapéu. Ela respondeu que não tinha um chapéu, e então ele riu, e disse que ela deveria ter um, pois todos os pescadores têm um chapéu. Estendeu a mão por baixo do banco do carro e tirou de lá um chapéu, que encaixou sobre a cabeça dela. O chapéu era grande demais era difícil para ela enxergar com ele. Mas quando o avô perguntou se ela havia gostado do presente ela respondeu que sim, que aquele chapéu era realmente muito bom! E o avô riu mais ainda.
Quando chegaram ao lago, ela assistiu curiosa ao avô preparando os utensílios da pesca: havia anzóis pontiagudos e curvos, varas de pescar mais curtas e outras mais compridas, falsas iscas e iscas vivas. O avô preparou o equipamento dela primeiro: uma vara curta e leve, com um anzol curvo e uma isca viva espetada nele. O inseto se parecia com um pequeno gafanhoto, sua cor era um castanho parecido com cor da casca de uma amêndoa. Ele recomendou que ela tivesse cuidado e mantivesse o anzol longe, para não se machucar. E em seguida ele preparou seu próprio equipamento, e ela notou que ele tinha o mesmo jeito de sua mãe quando se concentrava em alguma tarefa: fixava o olhar e, ao mesmo tempo, levantava levemente uma sobrancelha.
Eles foram caminhando pela margem até uma plataforma de madeira que adentrava até a metade do lago. O avô ia á frente. Ele conversava muito baixo, mesmo não havendo mais ninguém ali além dos dois. Ele a instruía sobre o que fazer e quais cuidados tomar.
Subiram na plataforma e foram caminhando devagar, e o avô fez uma pausa, como se a mais importante instrução viesse.
“Quando você pesca, não pode fazer absolutamente nada: não pode falar, não pode se mexer e nem pode pensar em nada. Porque o peixe é astuto: ele vai ler o seu pensamento, a sua intenção de capturá-lo, e então vai fugir de você.”
“Mas como? Não consigo parar de pensar nem por um segundo! Pensar em parar de pensar já é pensar!”
“Então apenas diga para a sua cabeça fazer um pouco de silêncio. Peça aos seus pensamentos para não fazerem tanto barulho agora.”
“Todos os peixes são capazes de ler meus pensamentos e saber que quero pescá-los?”
“Não todos os peixes. Apenas o peixe que você está destinada a pegar. Para os outros peixes, isso não é importante, e os peixes não dão atenção a aquilo que não é importante para eles.”
Sim, aquela era mesmo a instrução mais importante. Tão importante que, muitas vezes e ainda mais agora, ela pedia insistentemente para a sua cabeça fazer um pouco mais de silêncio. Para um melhor efeito, fechava os olhos e tentava sentir o vento frio e o sol tímido em seu rosto. Ou a madeira da plataforma rangendo sob seus pés. Ou ouvir o barulho suave das águas do lago, e ver a habilidade do avô ao enganar o peixe. E era quase como se ainda fosse aquele outono; e ele estivesse ali.

Esse texto é fictício. Dedico a Francisco, sempre presente.

sábado, 5 de junho de 2010

Assim é...

O que for a profundidade do teu ser,assim será teu desejo.
O que for teu desejo, assim será tua vontade.
O que for tua vontade, assim serão teus atos.
O que forem teus atos, assim será teu destino.



Brihadaranyaka Upanishad IV, 4.5

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Mudança de perspectiva...

Hoje resolvi escrever algo que surgiu através de uma conversa com um amigo. É uma opinião pessoal.
A observação pertinente dele é que, de alguma maneira hoje, nas pessoas não conseguem se sentir satisfeitas com o que têm. A exposição á bens de consumo cada vez mais tecnológicos e melhores, o desejo de satisfação instantânea e constante, faz com que pessoas olhem para suas vidas com insatisfação permanente, desejosas sempre por mais. E intolerantes com a vida, caso ela lhes ofereça menos.
Estranhamente, encontrei esse conceito num texto de um lama budista, Padma Samten.
Em seu maravilhoso e esclarecedor “Uma breve introdução ao budismo”, o lama define essa insatisfação com um termo em sânscrito : “duka”.
“Segundo o budismo, existe um "sentimento" que chama-se DUKA, não existe tradução ocidental, mas é algo como que, no ciclo da vida tudo o que acontece de bom, proporcionalmente algo ruim acontece também, como que em um Yin Yang que quando estamos na parte preta, queremos adiantá-la(e normalmente ela parece eterna...) e quando estamos na branca queremos prolongá-la, mas elas são completamente proporcionais em intensidade e sentimento, o importante é o desapego no resultado e a sabedoria durante esse processo...”
-Extraído do fotolog Buda Sakyamuni
Nenhum sentimento é mais humano do que evitar o sofrimento.
Consequentemente, faz parte também da condição humana a busca por prazer e satisfação. Nascemos com os 5 sentidos superexcitáveis...os publicitários sabem disso, os vendedores, os atores, as prostitutas, os padres, os pastores evangélicos, os bebês de qualquer espécie... as mães.
O mundo se oferece continuamente aos nossos pés para ser explorado. Degustado, consumido.
E essa busca sem limites por satisfação, de acordo com meu amigo, corrompe as pessoas. Pois muitas delas esquecem de seus princípios morais básicos buscando cada vez mais.
Esquecem quem são, e esquecem que SER é infinintamente maior do que ter.
Em meu ponto de vista, o fato de desejar não é, em si, algo ruim. O desejo é a força que nos mantém vivos. É o que nos faz levantar da cama todas as manhãs, o que faz com que o mundo evolua. A força motriz da nossa espécie.
O que corrompe não é o desejar, é o esquecimento daquilo que se é. É a negação do ser, da alma, em prol da obtenção do desejo. É parar de escutar sua essência, porque o barulho mundano parece mais atraente. É deixar de plantar suas próprias sementes, porque o jardim do vizinho parece mais viçoso. É ter um olhar voltado para o que está fora, e deixar de ver aquilo que está dentro.
Existe uma história...
“Por mais de trinta anos um mendigo ficou sentado no mesmo lugar, debaixo de uma marquise.Até que um dia, uma conversa com um estranho mudou sua vida:
- Tem um trocadinho aí pra mim, moço? – murmurou, estendendo mecanicamente seu velho boné.
- Não, não tenho – disse o estranho – O que tem nesse baú debaixo de você?
- Nada, isso aqui é só uma caixa velha. Já nem sei há quanto tempo sento em cima dela.
- Nunca nem olhou o que tem dentro? – perguntou o estranho.
- Não – respondeu – Para que? Não tem nada aqui, não!
- Dá uma olhada aí dentro – insistiu o estranho, antes de ir embora.
O mendigo resolveu abrir a caixa. Teve que fazer força para levantar a tampa e mal conseguiu acreditar que o velho caixote estava cheio de ouro.”

Essa é uma das minhas metáforas favoritas...ás vezes o que queremos já está em nós.

Agradecendo á fonte...
* Para saber mais sobre budismo tibetano, e o lama Padma Samten: http://www.cebbsp.org/
** A história foi extraída do livro “O poder do Agora”, de Eckhart Tolle

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Oferecer

Quando você for para o trabalho, para a faculdade, para uma balada, não vá com uma postura de buscar algo, conseguir algo, sugar algo do local ou das pessoas. Vá para oferecer, vá para gentilmente entregar às pessoas as qualidades de sua simples presença. Ofereça qualquer coisa. Um olhar profundo já é muito hoje em dia. Vá para os lugares e apenas treine olhar tudo com um olhar de abismo. Muitas pessoas precisam só disso: serem olhadas, contempladas suave e lentamente, reconhecidas em sua manifestação mais sutil, tocadas de alguma forma e conectadas com um outro que as transcende e reacende o mistério que as faz viver.
No momento em que se coloca em uma posição mendicante, você adentra um mundo de carência, sente-se incapaz de oferecer algo aos outros e termina com um olhar que suga e enfraquece a energia de qualquer um ao seu redor. Ao final do dia, você continuará insatisfeito e certamente terá construído relações patológicas com os seres, baseadas em sua carência.
Por outro lado, se adotar uma postura expansiva e radicalmente aberta, oferecendo sua existência ao deleite dos outros, você age reconhecendo que não tem nada a perder. Não há medo nem hesitação em seu olhar. Sem esperar ou exigir nada dos outros, você age desimpedidamente, em uma dança sutil em meio às situações. Qualquer solidez ou bloqueio é atravessada por sua leveza e transparência. Qualquer obstrução é liberada pela presença da sua espontaneidade. Você apenas sorri e faz todos sorrirem, ou ainda: você cria o espaço para que todos possam sorrir.
Seu olhar sequer vem de seus olhos. É não-local, surge em qualquer olho, surge do espaço entre os seres, dos rizomas que os transpassam. Você age sem estratégias e cria um raro ambiente no qual cada pessoa se sente livre para igualmente abandonar suas estratégias e apenas ser. Isso é um alívio para qualquer um.
Quando nos apresentamos como mendigos, quando pedimos por algo, tudo nos é insuficiente, ralo, pouco. No fundo, estamos fechados e por isso acabamos não vendo o que há, sem perceber os tesouros de cada lugar, de cada ser, de cada evento. É o coração contraído que suplica, que pede, que suga. Quando vamos sem nada pedir, estamos abertos. Tudo nos arrebata. Tudo já é demais e nos enriquece imediatamente. A qualidade viva das coisas faz nossa visão transbordar de luminosidade.
Ao final do dia, brotará em você uma alegria sem causas, não condicionada. Não há frustração ou insatisfação. Você apenas deu o seu melhor e sente-se em paz. Não interessa se alguém notou, se recebeu elogios ou se você foi completamente ignorado. Você ofereceu toda a sua profundidade. Não há presente maior que um homem possa dar.


Por Gustavo Gitti

quarta-feira, 24 de março de 2010

Expandir-se, sempre...

"Quando uma mente se abre graças á uma nova idéia, jamais pode retornar ás suas dimensões originais."

Oliver Wendell Holmes

domingo, 7 de março de 2010

Amor e Meditação

O amor é algo eterno. Ele é a experiência dos Budas, e não das pessoas inconscientes, das quais o mundo está repleto.Somente muito poucas pessoas souberam o que é o amor, e essas poucas pessoas são as mais despertas, as mais iluminadas, os mais elevados cumes da consciência humana.
Se você realmente quiser conhecer o amor, esqueça-se do amor e lembre-se da meditação. Se você quiser trazer rosas ao seu jardim, esqueça-se das rosas e cuide da roseira. Alimente-a, regue-a, cuide para que ela tenha a quantidade certa de sol e de água. Se tudo for cuidado, no tempo certo as rosas certamente virão. Não se pode trazê-las mais cedo, não se pode forçá-las a abrir antes da hora. E não se pode pedir a uma rosa para ser mais perfeita.
Você já viu uma rosa que não seja perfeita? O que mais você quer? Em sua singularidade, todas as rosas são perfeitas. Dançando no vento, na chuva, no sol...você não pode perceber a imensa beleza, a absoluta alegria? Uma pequena rosa comum irradia o esplendor oculto da existência.
O amor é uma rosa em seu ser. Porém, prepare o seu ser, disperse a escuridão e a inconsciência. Torne-se mais e mais alerta e consciente, e o amor virá por conta própria, em seu próprio tempo. Você não precisa se preocupar com ele. E, quando vier, ele será sempre perfeito.

Osho em Amor, Liberdade e Solitude.



terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Dias insanos...

São dias estranhos, estes. Dias em que meus hormônios gritam, á minha revelia. (Talvez a maldita TPM...).
Dias de festejos e alegrias insanas, e talvez agora eu não esteja exatamente “no clima”...
Onde o carnaval acontece lá fora, e dentro de mim apenas o meu coração mais forte. Descompassado, caótico, intenso. Peço que se cale. Ele não me pode ouvir.
Dias em que tudo atinge uma intensidade maior, e eu sempre destoante, rindo pelos cantos, brigando pela casa, recolhendo um choro brando.
Tento voltar para casa, e onde está a casa mesmo? Será aquela que estou deixando, ou aquela de onde outrora vim? Apenas procuro minha morada dentro de mim, ela parecia tão sólida antes, e agora desconfio ser feita de areia. Uma areia fina que embota os olhos dos estranhos.
Mas é preciso caminhar, e sorrir também.
Sorrir mansamente, ensaiar um sorriso, para convidar a alegria a entrar em mim.
Olho o gato deitar ao meu lado, ronronante e faceiro... e o sorriso vem.
Recebo o amor gratuito em um raro instante de lucidez de alguém que amo: sorrio e retribuo, também te amo.
Retribuo também o abraço inesperado do amigo...ele nem imagina o quanto eu precisava desse abraço, nesses dias.
Lembro com carinho alguém que me disse, que mesmo nesses dias, eu ainda sou para ele a garota mais bonita.
Definitivamente, não a mais bem humorada.
Tampouco a mais “vistosa”.
Será ilusão demais me vestir novamente de a mais bonita? Ou talvez pretensão que deveria me embaraçar...
Já não necessito mais ensaiar meu sorriso. Ele voltou a morar em mim, nesse dia.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Você já traiu ?

Gostaria de compartilhar um texto que reflete muitas das minhas convicções e que combina muito com o que tenho postado aqui no blog. Ele chegou á mim através de Sandra Driusso.Muito obrigada, Sandra!
Eu não sei quem é o autor.
“ Bom Dia!
Você já traiu alguma vez?Não traições conjugais, traições de amizades!
A traição a qual me refiro aqui é aquela que você poderia ter cometido um dia contra a pessoa mais importante de sua vida em todos os momentos da sua existência. Esta pessoa é você mesmo!
A traição ao nosso próprio EU!
Em muitas situações que nos levam à escravidão, à submissão. Quando dizemos SIM, nas ocasiões que gostaríamos ou deveríamos dizer NÃO.Quando sufocamos o espírito de criança que deveríamos manter vivo dentro de nós. Naqueles momentos em que exibimos apenas máscaras, como um sorriso maquiado e artificial.Também traímos a nós mesmos quando não nos permitimos mais viajar ao redor de nós mesmos e do mundo em que vivemos, do qual devemos participar plenamente e prazerosamente. Mesmo que essa viagem seja realizada apenas num pequenino barco de papel, fruto de nossa fantasia e imaginação.
Nos traímos, toda vez que permitimos perder a individualidade e a singularidade, abandonando a sensibilidade e a intuição que poderiam ser o diferencial entre vivermos uma vida plena e feliz, para vivermos uma vida vazia e frustrada, para atender alguns caprichos de outros.
Renunciando o que almejamos, sufocando nossos sonhos, abandonando nossas próprias metas e objetivos.
Traímos a nós, toda vez que esquecemos a que a magia de amar alguém e começa em se amar primeiro.
A maior traição que cometemos, não é quando somos infiéis a outra pessoa, mas a nós mesmos ao procurar disfarçar e ocultar as evidências de nosso sofrimento, calando sobre tantas coisas, quando não as desejamos, mas as aceitamos em silêncio.Ainda ao aceitarmos a nulidade e a eliminação de nossos desejos sob o pretexto ou a justificativa de que fechamos a porta de nosso coração, assim sufocando o amor ainda em seu nascimento.
É uma traição usar máscaras, invólucros, embalagens brilhantes, com a qual tentamos proteger e esconder tudo que de real existe em nós. Se não nos damos, ou criamos para nós mesmos, novas oportunidades de buscar em nós a felicidade.
Quando não permitimos a nós mesmos escolher o próprio caminho.
Toda vez que permitimos alguém nos maltratar, sem reagir ou abandonar uma situação incomoda.Quando cegamos nossa visão para o quanto somos importantes, não querendo reconhecer essa importância.Finalmente a máxima das traições, é esquecermos que somos únicos. Que somos seres maravilhosos, que não temos o direito de desistir daquilo que realmente nos cabe fazer aqui na Terra.
Que é viver nossa vida plenamente.
Hoje é um Bom Dia, para você reconhecer que é alguém único, especial e que nasceu para viver feliz!”

sábado, 9 de janeiro de 2010

Sim, é apenas uma frase...

" A felicidade é um eterno desdobrar daquilo que somos."

Abraham, por Esther Hicks